segunda-feira, 28 de março de 2011

Problematização e Aprendizagem - SABINA

 Problematização e Aprendizagem  

                                  Sabina Carneiro Fernandes Conceição - 2011.

“O pensamento pedagógico nutre-se da prática dos educadores, ao mesmo tempo em que também a ilumina: a prática de pensar é a melhor maneira de aprender a pensar certo”.
(Gadotti 1998 p 95).


            O presente texto objetiva abordar a problematização como metodologia da aprendizagem em prol de uma educação onde a meta é oferecê-la com qualidade, focando na aprendizagem, de forma a compreender a importância da aplicabilidade dos conhecimentos no cotidiano escolar.
 Procuramos nesse texto, fundamentar o aprendizado de uma prática pedagógica voltada para uma metodologia reflexiva, critica, transformada e transformadora, a partir da sistematização, estudo e discussão das principais concepções teóricas, reunindo informações acerca da relevância no contexto da educação escolar, bem como a sua influência no aspecto do desenvolvimento, no comportamento e no aprendizado dos educandos e sobre o processo de teorias e dificuldades da aprendizagem.
Para tanto, procuramos nos fundamentar na pedagogia freiriana que, apesar de ser um método muito criticado por uma série de defensores da educação tradicional, tem a oportunidade de uma maior integração pessoal do oprimido pela sociedade intelectual que abarca a cultura expressada por esse povo e, por considerarmos muito positivo para a educação, porque esse sujeito que é adepto desse novo modo de estudo e qualificação, renova o mundo.                
            Dessa forma, acreditamos suscitar no aluno questionamentos e buscas através de pesquisas, proporcionando a construção de conhecimentos significativos, mas, para tanto é necessário que inovemos as práticas pedagógicas, uma vez que no dia a dia é comum se ouvir falar em metodologias e métodos de aprendizagem, entretanto, sua aplicabilidade é empregada de forma muito restrita, sem discussão em uma extensão maior, desconsiderando sua real abrangência.
            Sabemos que a educação é um processo dinâmico, continuo e sempre novo, onde a ação do professor se torna de extrema importância nas interações que  são desenvolvidas  com os educandos,  levando-nos a pensar uma forma mais acentuada que possa garantir a qualidade da aprendizagem que consideramos essencial ao aluno.
            Diante dessas análises o professor deve fazer as adequações necessárias para facilitar novas ações e reflexões, através de metodologias que possam desenvolver as competências, da aplicação e sistematização dos conhecimentos teóricos e práticos, elaborando estratégias que possam assegurar ao educando um nível de aprendizagem que alavanque a sua formação, tanto intelectual como profissional.
            Para tanto, é necessário que os coloquemos em situações reais, dando-lhes oportunidades de resolverem  problemas do cotidiano, sentindo-se satisfeitos, gratificados, capazes de resolver outros da mesma dimensão de  algo maior. Pois à medida que nos exercitamos na resolução de problemas maiores, vamos conquistando o direito de resolvê-los, sempre e cada vez mais. O que vem a ser confirmado com Rosemary Batista de Oliveira Gombi, no artigo A, quando nos diz que.
“O professor/educador, consciente do seu papel mediador entre o mundo e o ser humano, buscando seu desenvolvimento, certamente encontra na metodologia da problematização um importante auxilio para concretizar seu permanente movimento nessa busca”.  
            Na esteira desse raciocínio podemos considerar a metodologia da problematização uma grande aliada do educador que procura fazer relação do conceito com a prática, de forma consciente, contrapondo-se à educação bancária, onde o conhecimento se confunde com o ato de depósito bancário, uma vez que a problematizarão dá subsídios para o educador encontrar caminhos capazes de orientar seus alunos, baseado em uma pedagogia progressista e libertadora e esta, por sua vez, é característica de um educador preocupado com o desenvolvimento de seus alunos.
            Sabemos que a formação do educando passa por um ensino que visa à construção da cidadania, portanto, a aprendizagem não deve reduzir-se unicamente às contribuições da disciplina, mas preparar o  individuo para que possa atuar na sociedade, observando a realidade, identificando o que há, corrigindo, aperfeiçoando e buscando soluções por diferentes ângulos, o que vem  a ser defendido por Jean Piaget quando cita que.
“O conhecimento é construído através da interação do sujeito com o objeto, com seu meio, a partir de estruturas existentes. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da relação dele, sujeito, com o objeto”.
            Nesse enfoque devemos propiciar situações para que a criança construa seu sistema de significação o qual uma vez organizado na mente será estruturado oralmente e no papel, o que na perspectiva de Piaget, “para que ocorra a construção de um novo conhecimento, é preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas mentais”, isto é, os conceitos já assimilados necessitam passar por um processo de desorganização para que possam novamente, a partir do contato com novos conceitos se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo pode ser denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento prévio em um novo.
Vimos então na educação problematizadora um recurso que busca  desenvolver uma concepção  que possa se constituir numa alternativa à concepção bancária, uma vez que, o ato de conhecer não seja um ato isolado, pois para conhecer envolve-se a intercomunicação, e através dela os homens  se educam mutuamente, intermediados pelo mundo cognoscível, como nos  remete  (Freire, 1983, p. 80)...
“A educação problematizadora é de caráter autenticamente reflexivo, implica num constante ato de desvelamento da realidade, busca a imersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade. Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais obrigados a responderem ao desafio. Desafiados, compreendem o desafio na própria ação de captá-los. Mas, precisamente por que captam o desafio como um problema em suas conexões com outros, num plano de totalidade e não como algo petrificado, a compreensão tende a tornar-se crescentemente crítica, por isto, cada vez mais desalienada”

            Entretanto observamos com muita freqüência discursos sobre a necessidade de melhorar o ensino nas escolas, de forma que os alunos não concluam as series do ensino fundamental com pouco ou sem nenhum conhecimento, ou seja, sem serem capazes de resolver problemas.
            No entanto sabemos que cabe aos professores terem o cuidado e, garantirem que isso não aconteça, desenvolvendo metodologias com propostas significativas, no sentido de promover no educando o gostar da escola, de estar na escola, de quem está na escola e do que se faz nela, de forma que possa promover  as competências em todas as áreas do conhecimento, tendo em mente que a aprendizagem não está baseada no conhecimento de regras de memorização, mas associada a conhecimentos e atitudes que integrem a ação de entender, fazer e usar.

                              Papel da escola
            A escola tem a responsabilidade de adequar as necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve se organizar de forma a retratar, o quanto possível, a vida. Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de adaptação progressiva ao meio e uma consequente interação dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio de experiências que devem satisfazer ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as exigências sociais.
          Cabe à escola suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre as estruturas cognitivas do individuo e estruturas do ambiente. Como o conhecimento resulta da ação, a partir dos interesses e necessidades às praticas pedagógicas devem ser estabelecidas em função de experiências, que o sujeito vivencia frente a desafios e situações problemáticas.
          Dessa forma acreditamos tratar-se de “aprender a aprender”, ou seja, é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito.
         Onde o educador na perspectiva de futuro deve estar preparado para atuar com qualidade às novas demandas educacionais favoráveis à formação de um profissional, capaz de oferecer aos seus alunos, condições de desenvolvimento e, o professor deve assumir as responsabilidades de um ser, agente de mudanças em seu ambiente de trabalho, transformando-se em multiplicador de novas idéias, pois segundo Fullam(1999)
“uma inovação educativa dependerá do que o professor pensa e faz”. O que vem a ser confirmado também por Perrenoud(1994) “a visão educacional, compreende um aspecto transformador, uma vez que exige uma postura critica por parte do professor de forma a promover reflexão”.
            Nesse enfoque o educador não deve barrar a curiosidade do aluno, pois é de fundamental relevância o incentivo à sua imaginação, intuição, senso investigativo, enfim, sua capacidade de ir além, fazendo de sua prática educativa um constante exercício em favor da construção e do desenvolvimento da autonomia de professores e alunos, não obstante transmitindo saberes, mas dando significados, construindo e redescobrindo os mesmos, pois fomos programados para aprender e por conseqüência para ensinar, intervir e conhecer.
            Isso significa pensar a realidade criticamente buscando os parques, ao invés de aceitar que a coisa é assim e pronto, para tanto, é necessário que nós educadores mudemos o foco da metodologia, que deixemos de “o que é” e nos voltemos para uma aprendizagem no “para que”. E para que essa mudança ocorra de fato, é necessário que tenhamos a preocupação de formarmos sujeitos que possam compreender o mundo, onde identifiquem elementos implícitos, estabelecendo relações e justificando-as.
Contudo precisamos buscar dentro da metodologia da problematização, todas as fontes que possam garantir ao aluno a observação dessa realidade por diferentes ângulos, definindo um problema de estudo através da observação vivida, onde este busque soluções que estejam associadas ao problema. Pois quando olhamos a realidade nesse momento, passamos a questionar, a conversar, discutir e lembrar, ai, partimos em busca de dados elaborados, que estão sendo vividos, concretos e reais, para associar, comparar e reforçar, ao substituirmos a nossa visão anterior. Como nos remete( BRANDÃO, 1991, p.27 )
“A partir do levantamento das “palavras”, a pesquisa descobre as pistas de um mundo imediato, configurado pelo repertório dos símbolos através dos quais os educandos passam para as etapas seguintes do aprendizado coletivo e solidário de uma dupla leitura: a da realidade social que se vive e da palavra escrita que a retraduz”.
Para isso o primeiro passo consiste em identificar os elementos fundamentais do conteúdo, e em organizá-los em um esquema hierárquico e de relações, em torno dos elementos que tenham a máxima generalidade e que possam integrar o maior número possível de elementos restantes, haja visto que isto exige que se tenha um profundo conhecimento acerca da temática.
                   
                      Os métodos de ensino
           
Embasados na idéia de aprender fazendo, é que devemos estar sempre presentes, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, o método de solução de problemas por estarem acentuadas à importância do trabalho não apenas como técnica, mas como condição básica do desenvolvimento mental, onde os passos básicos do método ativo devem ser:
Colocar o aluno numa situação de experiência que tenha um interesse por si mesmo, onde o problema deve ser desafiante como estimulo à reflexão, dispondo de informações e instruções que lhe permitam pesquisar a descoberta de soluções, e  sendo estas provisórias, devem ser incentivadas e ordenadas, com a ajuda discreta do professor, garantindo assim, a oportunidade de colocar as soluções à prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida. Como nos “remete Freire.” “não pode chegar à conscientização crítica apenas pelo esforço intelectual, mas também pela práxis”.
Por tanto é fundamental que professores e alunos não só compreendam, interpretem e expliquem a realidade, mas intervenham sobre ela, e a metodologia da problematização tem-se apresentado como uma alternativa possível e apropriada para entender estas exigências, embora ainda não seja muito utilizada, uma vez que muitos educadores resistem em romper com a metodologia tradicional.
Sabemos que o ensino tradicional utiliza-se basicamente do método, onde o professor é colocado como o dono do saber e o aluno como um recipiente das informações direcionadas a ele, já o método por problematização dá ênfase a uma pedagogia construtivista que considera o conhecimento como uma construção contínua, fruto de interações entre os objetos do meio e o sujeito. Os alunos são vistos como participantes ativos no processo de troca de informação. Os professores se limitam a definir um grupo de tarefas e colocar à disposição, algumas sugestões de conteúdos, mas são os alunos que através de pesquisas e discussões constroem o seu conhecimento. O que vem a ser confirmado com (Berbel, 1998, p 7).

“A Metodologia da problematização é uma das manifestações do construtivismo pedagógico. Como tal, partilha com outros métodos construtivistas alguns princípios fundamentais, tais como:
a-) Parte-se da realidade, com a finalidade de compreendê-la e de construir conhecimento capaz de transformá-la
b-) utiliza-se o que já sabe sobre a realidade (conteúdos), não como algo absoluto e definitivo  nem como um fim em si mesmo, mas como subsidio para encontrar novas relações , novas “verdades”, novas soluções.
c-) os protagonistas da aprendizagem são os próprios aprendentes. Por isso acentua-se a descoberta, a participação na ação grupal, a autonomia e a iniciativa;
d-) desenvolve-se a capacidade de perguntar, consultar, experimentar, avaliar, características da consciência crítica”.
       Observação da realidade e a Metodologia dos Desafios

A Metodologia dos Desafios ultrapassa os limites do exercício intelectual, pois as decisões tomadas deverão ser executadas ou encaminhadas considerando sempre sua possível aplicação à realidade, no campo de atuação de cada aluno, pois o educador ao propiciar ao aluno a problematização de sua realidade oportuniza-os a identificação de problema concretos, possibilitando a construção de novos sentidos  em um compromisso com o seu meio. Do meio observam os problemas e para o meio levarão uma resposta de seus estudos, visando aplicar os conhecimentos na solução dos problemas.
Vimos ma Metodologia dos Desafios  a construção de conhecimentos, a partir da problematização, do questionamento, da discussão, da apresentação de dúvidas e da troca de informações, no contexto de uma comunidade de aprendizagem colaborativa alicerçada na realidade pois esta baseia-se nos processos de Problematização. (Berbel, 1995), conforme as etapas definidas no Arco de Maguerez (Bordenave, 1978),

         Um dos importantes aspectos da Metodologia dos Desafios é o papel do professor, que deve orientar e tirar dúvidas a respeito de cada etapa e atividade, bem como fazer a avaliação dos trabalhos. Pois a motivação, a mediação e a orientação, são características essenciais do perfil docente.
            Na escola de Tempo Integral Paulo Freire, situada no Município de Porto Franco, Estado do Maranhão tem-se procurado trabalhar essa nova visão com o objetivo de construir o conhecimento, onde a aprendizagem não se dá mais sob a condição estreita do professor, mas passa a acontecer em um cenário amplo de valorização das estruturas e conhecimentos prévios, de proposição de idéias, inclusão de novos conceitos e de diferentes visões dos aprendizes.
            Podemos citar aqui alguns exemplos de como têm sido esses momentos durante os tempos de estudos na referida escola, onde a princípio sempre procuramos dentro do possível, realizar em primeira mão, pesquisas por acreditarmos que toda e quailquer aprendizagem significativa deva ter como principio a pesquisa, como nos remete trecho do texto de DEMO.
não se aprende sem pesquisar. Bastaria observar as teorias que entendem a mente humana como máquina reconstrutiva (autopoiética), não reprodutiva. Do ponto de vista do observador, como diz Maturana (2001), não vemos a realidade como ela é, mas como a reconstruímos mentalmente, formando dela uma idéia da qual somos sujeito, não porta-vozes. A visão dita “construtivista” também aposta nisso, tornando a dinâmica da aprendizagem uma condição participativa reconstrutiva. Para aplicar pesquisa à aprendizagem da criança supõe-se, naturalmente, que se burile o conceito e a prática de pesquisa adequadamente. Prevalece aí a intenção pedagógica (pesquisa como princípio educativo), sem prejuízo da pesquisa como princípio científico, ainda que não necessariamente academicista. A criança não domina linguagem acadêmica (Lankshear & Knobel, 2008), razão pela qual seria impróprio esperar dela pesquisa canônica. Mas manifesta o espírito similar de pesquisa, quando, como alega Piaget (1973) em sua psicologia genética (Freitag, 1997), a criança em contato com a realidade vai refazendo suas “hipóteses” de como ela funciona, através de estágios que equilibram e desequilibram seu modo de a construir. Apesar da possível rigidez dos estágios piagetianos, a própria noção de “equilibração” indica condição de abertura constante a novas hipóteses, à medida que a criança avança em suas construções mentais.

         Essas atividades pedagógicas são organizadas de modo a seguir uma rotina que vai desde a chegada das crianças até o momento de saída, quando seus pais/responsáveis retornam de sua jornada diária de trabalho. Aqui podemos citar alguns dos momentos que consideramos ter proporcionado prazer e uma aprendizagem significativa. Passeios e trabalhos de pesquisa.
Ao planejar as atividades que serão vivenciadas pelas crianças, pensamos em tudo que possa ser prazeroso e ao mesmo tempo educativo e enriquecedor. O trabalho de pesquisa faz parte dessas atividades, pois assim os alunos se confrontam com o objeto em um determinado campo, onde esse passa a não ser mais abstrato, ou seja, deixa de ser apenas ideologia e passa a ser cientificamente conduzido e fundamentado, evitando a incoerência entre os suportes teóricos. De forma que deixa de ser considerado pesquisa  qualquer ato.
A exemplo, colocamos os educandos frente a uma investigação sobre os tipos de solo, essa teve como primeiro passo a organização com os seguintes materiais: Sacos  plásticos , pá de jardim, lentes de aumento, peneiras, luvas para proteger as mãos, um recipiente com água, papel para anotações e jornais velhos. Excursionamos os alunos para uma olaria onde estavam organizados  em grupos de cinco componentes, recolhemos amostras de três tipos de solo: areia, argila e solo humoso, cada grupo recolheu amostras em locais diferentes e foram colocadas nas folhas de jornais.
Em sala cada grupo realizou a observação e análise dos solos com auxilio de uma lente de aumento, seguido da anotação de suas observações, tais como: havia algum tipo de vida na amostra? Quais? Haviam raízes ou pedaços de folhas? Como estava a terra analisadas? Qual a cor do solo observado? Que tipo de material observou na coleta? Quais os componentes e características de cada solo? Após o preenchimento da ficha de investigação, partimos para outra pesquisa, nessa utilizamos os solos da coleta uma por vez, água, filtros para café, copos de vidro, colocamos as amostras de solos dentro dos filtros nas mesmas quantidades, e depois despejamos água ao mesmo tempo. As crianças observaram e fizeram relatório do que aconteceu com cada tipo de solo.
Em outro momento colocamos esses materiais separados em cima de sacos plásticos e novamente despejamos água em cada um, as crianças observaram como a água se infiltrou e escorreu em cada um deles. Essas observações foram anotadas por cada um dos educandos.
Ao termino das pesquisas os educandos foram capazes de concluir porque a água das chuvas vai penetrando no solo permeável até encontrar um solo impermeável, e como a água não consegue passar com facilidade, vai se acumulando e forma um lençol d’água, esse por vez encontra uma saída no terreno e forma uma fonte ou nascente, poderão descobrir que os poços são buracos feitos no solo onde se encontra os lençóis d’água mais próximo da superfície.
Em outro momento foi possível observarmos que as crianças consideram a Matemática uma disciplina interessante; Por que esta por si já os colocam frente a problematizarão, onde são capazes de fazer associação de um conhecimento novo com conhecimentos anteriores e por que acreditam precisarem compreender os conteúdos por si mesmos, sem o auxílio da professora. Por acreditar que, pelo procedimento dela, todos devem entender ao mesmo tempo, pelo mesmo método de ensino.
Nessa perspectiva, acreditamos estarmos utilizando a metodologia da problematização, uma vez que esta difere da concepção clássica de aula baseada na exposição de conteúdos previamente selecionados pelo professor para cada evento educacional. Aqui, os alunos trabalharam colaborativamente na resolução de desafios que foram definidos pelos  professores .
Os desafios apresentam uma descrição da situação, definem o problema, os pontos-chave mínimos a estudar sobre o problema, os textos, as atividades, os recursos de pesquisa, diversas fontes adicionais para pesquisa garantem a professores e alunos sua importância, por atuar como elo  articulando todas as disciplinas em prol de novas formas de aprendizagem com outros alunos, com o professor, além de atividades de avaliação, auto-avaliação, priorizando a elaboração textual,por ser este o centro do trabalho que vai garantir ao aluno tornar-se critico e emancipado. Como nos remete parte do texto de Demo.
“Pesquisa é tão importante para o professor e para o aluno, que não se pode colocar como algo ligeiro ou incomum. Exige esmero de análise e definição, seja para evitar dizer que qualquer coisa é pesquisa, ou que pesquisa é algo do outro mundo, inatingível para os mortais. Esta visão implica, naturalmente, uma revisão profunda do perfil docente, bem como de sua formação original, hoje empapada em instrucionismo voraz. Aluno aprende bem com professor que aprende bem (Demo, 2009c) e para tanto saber pesquisar é uma das garantias mais eficazes, ainda que não automática. Embora pesquisa coloque sobre os ombros docentes ainda mais responsabilidades, no fundo é maneira densa de valorizar os professores, no sentido de que tenham oportunidades efetivas de aprender bem, tornarem-se autores, realizarem espírito crítico e autocrítico de qualidade
De forma que podemos concluir que somente será possível  promovermos uma educação de qualidade quando  formos capazes de   desenvolver uma aprendizagem de valores e compreensão da dignidade, mediante esforço coletivo do corpo docente, no sentido de implantar na rotina pedagógica situações reais que incentivem à leitura crítica e à produção escrita, onde o pensar humano deve ser estimulada de maneira a permitir torná-lo criativo, crítico, investigativo; que tenha capacidade lógica, de raciocínio, de interpretação e tradução, que seja livre pelo exercício, com a Metodologia da Problematização, uma vez que ela oportuniza contribuições efetivas às realidades trabalhadas, através da fase de aplicação e prática,  quando os educadores assumem seu compromisso de ação transformadora.

“O verdadeiro ensino não é aquele que adapta os saberes de uma idade para outra, mais aquele que constrói para cada idade, para cada ciclo da vida um acesso diferente de saber. ”Celso Antunes.









REFERÊNCIAS

BRANDÃO, 1991, p.27
Berbel, 1998, p 7
Berbel, 1995)
Bordenave
Celso Antunes, Piaget, Vygotsky, Paulo freire e Maria Montessori em minha sala de aula.
Demo, 2009c
Fullam(1999)
Freire, 1983, p. 80
Gadotti 1998 p 95)
Google
Metodologia da problematização ( acrescenter
Perrenoud(1994,1978)
Rosemary Batista de Oliveira Gombi, no artigo A


Um comentário:

  1. Texto muito bom, mas está pouco organizado (não tem introdução; referências pela metade...). Esta organização não é a essência do negócio, mas convém a professores compenetrados como são os da ETI. De todos os modos, tem muito boa reflexão e promete ser base para mudanças fundamentais.
    Pedro Demo

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