quinta-feira, 31 de março de 2011

A PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DA APRENDIZAGEM - ANDREIA

         A PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DA APRENDIZAGEM
                                                                                         
                                                    ANDRÉIA DA SILVA SOUSA ( 2011)

INTRODUÇÃO
           
           A problematização na metodologia de aprendizagem dá vida ao conteúdo tornando a escola mais atraente, ou seja, acaba com o monopólio do professor tradicional, passando valorizar o que os alunos já sabem e/ou respeitando o que desejam aprender naquele momento. Nessa metodologia o professor trabalha a construção do saber, de forma a estimular, observar e mediar as situações de aprendizagem num processo significativo, direcionando a curiosidade dos alunos para construção do conhecimento.
        O desafio da Metodologia da Problematização na aprendizagem tem como principal foco trabalhar o conhecimento do educando, e também para aperfeiçoamento da investigação dos problemas propostos, pois, entre outros caminhos, ela permite o aprender e o fazer que são elementos essenciais  para educação, que leva o aluno a buscar o processo de investigação e pesquisa. .
          Nessa metodologia, o aluno, passa a ser provocado em sua aprendizagem com métodos que fazem com que se envolva na problematização e sinta a necessidade de ir em  busca do conhecimento. Pois tenta de qualquer forma solucionar o problema procurando sua verdadeira solução através da pesquisa. 
         A busca por respostas faz com que o educando sinta o desejo de pesquisar e investigar através da realidade vivida, permitindo ao mesmo a capacidade de aumentar a produção do seu conhecimento no qual se torna uma tarefa diária e extremamente necessária.
          A problematização como metodologia não tem apenas como finalidade a obtenção dos resultados, a solução do problema, mas também com o individuo, incluindo-o na sociedade como um todo. Como participa da sociedade, o aluno está sempre envolvido com problematizações, que faz com que trabalhe sua atuação, sua rapidez de raciocínio, sua autonomia ao tomar decisões.
        A educação problematizada tem como finalidade realizar métodos para fazer com que nasçam ideias a partir do problema, da proposição, do diálogo com a prática de perguntas questionadoras em busca de possíveis respostas que levem à aprendizagem.

A educação problematizada, de caráter autenticamente reflexivo, implica um constante ato de desvelamento  da realidade desafiadora. E quanto mais desafiados, mais   eles vão compreender o desafio da própria ação.
                                                         (Freire, 1975: 80)
                   
          De acordo com Paulo Freire o desafio da Metodologia da Aprendizagem Baseada em Problemas faz com que a criança seja desafiada a  compreender  o problema, além de trazer para o educando atividades que desenvolva  a  criatividade do estudante em saber investigar o problema, em relatos de pesquisa entre outros, os alunos são desafiados a pesquisarem  nas bibliotecas, e na rede informatizada.
             
       Um dos pontos principais na Metodologia da aprendizagem baseia-se em problemas que envolvam a proposição de questionamentos com situações retiradas do quotidiano, que são construídos com o intuito de provocar os alunos para que encontrem referenciais teóricos e práticos que permitam a discussão, a reflexão e a aprendizagem.

             A produção de conhecimento  dos alunos, trabalha a aprendizagem por meio de ações que provocam a reflexão e a discussão coletiva com os colegas e com o professor. Esse processo metodológico exige preparo tanto dos alunos quanto do professor para procurar a solução dos problemas. As discussões têm como foco a apresentação das pesquisas e das possíveis soluções encaminhadas pelos alunos.

 [...] o principio fundamental dos métodos ativos só se pode beneficiar     com a História das Ciências e assim pode ser expresso: compreender é                        inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais  necessidades se o que se pretende, para o futuro, é moldar    indivíduo capazes de produzir ou de criar, e não apenas de repetir.
                                                                                                   Piaget (1988, p. 17):
     
      
        Segundo Piaget, a metodologia ideal é aquela que possibilita que o sujeito se motive a buscar respostas as suas dúvidas, com um objetivo maior que é o de tornar a aprendizagem significativa.
            Os educadores que recorrem à problematização como metodologia da aprendizagem faz com que os alunos, sintam-se motivados a continuarem a aprender a aprender. Além de oportunizar ao educando aprender a questionar, ir em busca de conhecimento, pois ele é posto em movimento para a solução de problemas, isso faz com que tenha um posicionamento crítico.
            As características que envolvem essa metodologia propiciam desdobramentos na educação ou em qualquer área do conhecimento, acredita-se que os educadores possam trabalhar a aprendizagem dos educandos com essa metodologia, desencadeada por meio da problematização, do espírito de investigação e da formação para a pesquisa.
                    
                                
                         Os benefícios da metodologia de aprendizagem
            Trabalhar com problemas possibilita novas atividades e novas maneiras de obter informação e produzir conhecimento e, assim, aprender a aprender. Os procedimentos sugeridos para desenvolver a Metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas não acabam nem pretendem fazer com que guardem sua criatividade docente, mas servem como ações didáticas que podem ser trabalhadas nesse processo.
       A metodologia dos desafios trabalha com a construção de conhecimentos, a partir da problematização, do questionamento, da discussão, da apresentação de dúvidas e da troca de informações entre professores e alunos, que juntos vão a busca de uma aprendizagem, tanto o Educador como o educando são  sujeitos da educação, aprendem e ensinam. Segundo  Freire:
     
 ‘’ A educação constitui-se em um ato coletivo, solidário, uma troca de experiências, em que cada envolvido discute suas ideias e concepções. A dialogicidade  constitui-se no princípio fundamental da relação entre                         educador e educando.O que importa é que os professores e os alunos se  assumam epistemologicamente curiosos’’.
                                                       (FREIRE, 1998, p. 96).
    De acordo com Freire esse processo de ensino e de aprendizagem provoca a curiosidade que é um fator fundamental para que tanto o professor quanto o aluno possam buscar novas formas de transformar informações em conhecimentos.
              Os desafios apresentam uma descrição da situação, onde define o problema, os pontos-chaves onde estudam sobre o problema, os textos, as atividades, os recursos de pesquisa, diversas fontes de informação que são importantes para trabalhar a pesquisa, consultando e debatendo  com o professor.
           Em um ambiente escolar que se utiliza metodologias desafiadoras   o aluno,  juntamente com seus colegas, são desafiados a resolverem os desafios ou seja, as situações-problemas. E estes são um meio motivador de todo processo de aprendizagem,      

      Segundo Piaget (1977), um estímulo somente se torna significativo na medida em que há uma estrutura que permite uma construção de conhecimento  que, ao mesmo tempo, produza respostas à sua apresentação. Através dos desafios, são criados estímulos que conduzem o conhecimento do aluno sobre o real, que é uma condição necessária do processo de aprendizagem.
                Essa Metodologia deve proporcionar ao aluno situações de motivação, envolvimento a participação dos mesmos para o estudo e para a aprendizagem significativa. E o papel do professor na metodologia dos desafios é um dos importantes aspectos, pois o professor orienta e tira dúvidas com recursos que leva para sala.   Alicia Fernandes (2001) lembra que,

 para o professor ser realmente um mediador, é importante que a ajuda seja substituído por uma real preocupação com a formação do aluno. Pois a formação do aluno implica em torná-lo autor e personagem de seu destino, buscando estabelecer uma diferença significativa além de acabar com o tradicionalismo.
                                                                                          Alicia Fernandes (2001)

    Quando o professor provoca o aluno a pesquisar, ele tem mais facilidade de aprender, pois o mesmo aprende por conta das ações que ele mesmo constrói, interagindo com seu grupo, procurando outros meios de pesquisa. Portanto, os desafios propostos devem ser instigadores de uma situação real.

" Os teóricos do construtivismo constatam que o aluno é
sujeito de sua  própria aprendizagem, o que equivale a
dizer que ele atua de modo  inteligente em busca da
compreensão do mundo que o rodeia,   automaticamente
estão dando uma grande "dica" aos educadores, e
lançando também um grande desafio. É como se
dissessem:"sejam o  centro do processo de ensino; criem,
junto com os alunos, os seu próprios caminhos;
descubram alternativas pedagógicas em sala de
aula".
                                                                 (Rosa, 1997, p.41).

       
            Nesse sentido, Rosa (1997) nos mostra o papel do professor  mediador,  que a cada momento, em cada experiência, toma decisões pedagógicas  conscientes, capaz de  problematizar, questionar, ajudar a construir, orientar, descobrindo alternativas  em sala baseando em sua experiência. Não existem "receitas" na ação do professor quanto a aprendizagem do aluno, pois seu percurso é ir em direção ao conhecimento do aluno.
              Metodologia da Problematização provoca o aluno em sua capacidade do desenvolvimento e a construção de novos conhecimentos trazendo a realidade do aluno e suas possibilidades da real transformação de aprendizagem, ou seja, cada um é um sujeito capaz de ser crítico, e criativo.


 
                 


                  Método de estratégia da metodologia de aprendizagem      

     O método de estratégia através do qual os alunos são confrontados com problemas, oportuniza aos mesmos encontrarem soluções significativas, sendo também um método que ocorre muitas vezes em grupos. A Aprendizagem Baseada em Problemas permite desenvolver o pensamento crítico do aluno  fazendo com que tenha liberdade de defender  sua opinião.
      A educação problematizada trabalha a construção de conhecimentos  realizando a aprendizagem por descoberta. O professor quando trabalha com a problematização, provoca o raciocínio do aluno, procurando fazer com que aprenda a pesquisar para encontrar a solução do problema proposto.
O aluno chega a ‘’entente’’ o problema não somente Em suas manifestações empírica ou situacionais assim como também os princípios teóricos que o explicam. Essa etapa de teorização que compreende operações analíticas da inteligência é altamente enriquecida e permite o crescimento mental dos alunos. Como diz Piaget, eles passam pelo próprio esforço do domínio das ‘’operações concretas para as ‘’operações abstratas’ ’e isso lhes confere um poder de generalição e extrapolação considerável, eis, então, outra razão da superioridade da Pedagogia da Problematização sobre as de Transmissão e Conhecimento.    
                             Bordenave(1989,p.25)
.

            Desse modo, percebe-se que a aprendizagem, da criança surge com  prática e não só com teoria, pois com a prática o aluno sente  interesse em querer descobrir, investigar e buscar. Essa Metodologia apresenta um sentido pedagógico que propicia ao estudante interesse para provocar a construção do conhecimento.
        Para o professor poder provocar o aluno para que este sinta a necessidade de ir a busca de conhecimento é preciso que o mesmo proponha problemas para que os  alunos possam: identificar o problema, investigar, debater, interpretar , produzir possíveis justificações , soluções ou resoluções e até mesmo recomendações. Com isso os alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver os problemas.
      Quando o aluno é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que lhe tenham significação, seus interesses, seus valores e condições pessoais, passam a ter um desenvolvimento fundamental para formular e resolver  problemas.       
         A Metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas mostra para o professor que ele deve ter competência para orientar o conhecimento que os alunos precisam aprender. O professor na escolha de uma boa metodologia para ser trabalhada necessita de leitura e de pesquisa para que desenvolva em sua sala o interesse dos alunos. A escolha do tema leva a oferecer uma boa problematização.
       Na escola de Tempo Integral Paulo Freire de Porto Franco, os alunos são orientados a trabalharem seu conhecimento através de pesquisas, leituras, discursões, onde o professor trabalha com projetos, que fazem com que os mesmos sejam provocados a pesquisarem problemas propostos pelo educador, e através da pesquisa tem a liberdade de defender suas ideias e criar uma produção textual.   
           A problematização faz com que o professor elabore questionamentos  significativos sobre o conteúdo  proposto. A mesma  é colocada como provocação para estimular  os alunos na procura de soluções. Esse processo exige que o aluno aprenda a diferenciar, para escolher soluções para as problemáticas levantadas. Essa metodologia faz com que aluno, aprenda a investigar e aumentar seus conhecimentos suas compreensões propostas numa visão crítica e reflexiva.             



 CONCLUSÃO

          A problematização como metodologia de aprendizagem é de grande importância no desenvolvimento cognitivo do aluno, uma vez que permite  criar desafios para instigar o conhecimento do aluno, fazendo com que desenvolva suas habilidades através da  resolução de problemas.
                A Metodologia problematizada a apresenta um sentido pedagógico  significativo buscando propiciar aos estudantes a construção do conhecimento de forma reflexiva, visando trabalharem com desafios e situações problemas. Como nos diz Freire (2004), quanto mais se problematizam os educandos, como seres no  mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados.
            Portanto, o trabalho com problematização faz com que os alunos sintam-se desafiados, e assim sejam provocados na construção do seu próprio conhecimento e a partir da problematização, eles aprendem  a questionar, a discutir, a ir em busca do conhecimento. Pois os desafios provocam, para que os alunos sintam-se motivados a também  buscar e propor soluções. O que nos reforça uma vez mais, que problematizar por meio de uma mediação adequada por parte do professor é instigar o aluno a ser construtor de história própria e tornar-se sujeito de sua própria aprendizagem.

                                 



                                         
                                            
                                               REFERÊNCIAS
 BORDENAVE, Juan Diaz. Alguns fatores pedagógicos.In: Ministério da saúde. Secretaria Geral. Secretaria de Modernização Administrativa e Recurso Humanos. Capacitação pedagógica para instrutores/supervisores da área da saúde.Brasília: o ministério, 1989.p.19-26.
FERNANDEZ, Alicia. O saber em jogo. A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
Freire, Paulo. (1975) Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
PIAGET, Jean. O Desenvolvimento do Pensamento. Lisboa: Publicações Dom Quix
 PIAGET, J. Para Onde Vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympo, 9ª edição, 1988.ote,

ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1997.






quarta-feira, 30 de março de 2011

Metodologia da problematização - ESTHER

Metodologia da problematização

Esther Gomes Dos Santos




INTRODUÇÃO

Fazer da problematização uma metodologia e mais que criar sujeitos sábios e capazes de defender-se, é o veiculo condutor de pessoas dotadas de autonomia intelectual tanto no pensamento como nas ações.
 A metodologia problematizada tem o objetivo de trabalhar a criança já nas series iniciais, preparando este ser para a vida social, fazendo dele um sujeito crítico capaz de manter-se sobre seus direitos, inventar e criar sua própria realidade. Mas para que isto aconteça, o sujeito precisa confrontar-se com a realidade em que vive, precisa saber da real situação e o porque das causas de eventuais problemas.como diz Jean Piaget
“A principal meta da educação e criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetindo o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo o que a ela se propõe”.
Neste texto além de ouvirmos um pouco mais sobre a metodologia da problematização saberemos o impacto positivo que esta metodologia e capas de trazer para vida futura, pois sua atuação tem inicio já nas series iniciais. Teremos ainda dicas práticas de como trabalhar esta metodologia em nossas escolas, saberemos como deve ser a posição do professor e qual e o seu papel na metodologia da problematização e o porquê é tão importante trabalharmos com esta proposta ainda na educação desde cedo.


1. Metodologia da problematização método para transformar a realidade
Vimos que na metodologia da problematização o individuo confronta-se com a realidade, fazendo dela seu objeto de estudo. Sendo que esta inicie com uma simples observação do problema real através da pesquisa e parta para critérios de resoluções.  
Paulo Freire diz que a “educação deve servir para a libertação do ser humano”. Mas para este ser humano ser “liberto” precisa saber que está preso e oprimido, às vezes pela falta de conhecimento e de informação. A educação problematizadora visa diferenciar esta realidade, pois acredita que deve mudar primeiro o ser humano através do conhecimento e do envolvimento para então transformar o real.
O confronto com esta realidade servirá de informações para o sujeito, pois ele observará com a intenção de familiarizar-se com a questão a fim de preparar-se. Como diz Paulo Freire, quanto mais conscientizados nos tornamos, mais capacitados estamos (1980, p.28).
Partindo deste pressuposto e valido lembrar que, quando uma pessoa conhece algo ou alguém bem de perto ela e capaz de conscientizar de todas as características existentes, pela a ampliação do seu conhecimento no que está vendo e conhecendo. Na metodologia da problematização acontece o mesmo, o aluno e colocado de frente com a realidade de forma que surja nele o interesse de envolver-se, isto fará com que ele revista-se não só de conhecimento mais também de preparação. A mudança começa ai, o individuo e colocado frente a sua própria realidade, conhecendo o real parcialmente, ele vai se interessando na busca de conhecimentos aprofundados.  Para  que o individuo saiba mais ele usará a pesquisa como estrada a ser trilhada,depois da investigação através da pesquisa surgirá o desejo de mexer-se de sair da alienação e do lugar em que estar.
O individuo que está envolvido ou que seja levado a envolver-se de forma alguma ficará quieto em meio a uma questão reflexiva e cheia de novas descobertas, principalmente quando ele sabe que pode fazer mais e que é capaz de fazer também de forma diferenciada, o principal motivo desta posição e a certeza que ele adquiriu de que pode mudar até mesmo o espaço que vive.
Este envolvimento e primordial na educação problematizadora, pois quem olha as coisas de fora tem uma visão diferente de quem esta dentro, às vezes o sujeito que não esta engajada em algo não tem visão alguma da realidade. Por isso é importante que na escola o professor oportunize os alunos a entrarem no problema, a participar dele como parte ativa. Quando não oportunizamos o aluno, a saber, mais através de novas descobertas estamos fazendo dele pessoas alienadas que recebem tudo de forma passiva, pessoas que não ousam descobrir novos caminhos através da busca. Se nós enquanto educadores temos esta postura inconscientemente temos estas intenções mesmo que isto seja usado como métodos educativos.
Qualquer que seja a situação em que alguns homens proíbam aos outros que sejam sujeitos da sua busca, se instaura como situação violenta. Não importa os meios usados para esta proibição Fazer das pessoas objetos e aliená-las de suas decisões, que são transferidas então para outros, ou seja, outras pessoas. O movimento de busca através da educação problematizadora precisa estar sempre dirigido para ser mais, para a humanização do homem, por que esta e a vocação do homem, embora isto seja contraditório pela nossa história. (Freire, 1983, p.85)

2. O perfil do professor como problematizador
A metodologia da problematizarão e o berço humanizador do ser humano, mas para que esta humanização aconteça precisa existir um começo um ponto de partida, algo que oriente e que prepare o individuo no caso o aluno para uma caminhada sem fim.
A escola é este ponto de partida, pois é nela que aprendemos e nos preparamos para a vida para sermos humanos e cidadãos, por este motivo a mesma precisa conscientizar-se de que é responsável por esta preparação.
Assim como a escola o professor tem responsabilidades neste processo, com uma diferença, a responsabilidade do educador e única e principal, pois a ele e dada à oportunidade de atuar diretamente com o educando fazendo parte central de sua vida, por isso tudo o que ele fizer ou deixar de fazer acarretará em conseqüências positivas ou negativas no futuro não só do estudante, mas de toda uma sociedade, isto acontece por que este educando no futuro poderá ser um educador que por sua vez da forma que ele foi instruído com certeza instruirá também seu futuro aluno.
O ser humano por natureza e inquiridor, o que acontece quase que frequentemente e que em seu primeiro contato com a escola o professor passa a habituar este a esperar o repasse de conteúdos prontos, por parte do educador descartando os conhecimentos prévios do educando  então esta criança que chega cheia de curiosidade e inquietação em meio aos fascínio do mundo e bruscamente podada ,oprimida e forçada a receber coisas que outras pessoas falaram a muito tempo atrás e que ainda hoje são consideradas o único caminho a ser trilhado fazendo deste individuo um ser alienado receptor e transmissor de formulas prontas.
A criança que e habituado desta forma imagina que ela nunca tem razão e que os seus pensamentos estão sempre errados e ultrapassados, imagina que quando nasceu o mundo já estava pronto e que ela não tem o direito de acrescenta ou tirar nada do seu lugar. Este perfil e extremamente cômodo, mas também perigoso, pois este ser que ainda e uma criança crescerá, e se não for bloqueado este pensamento da sua personalidade com certeza será um adulto que acreditará neste mesmo conceito passado a ele quando ainda era uma criança.
“Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe paciente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fizemos”.
(Paulo Freire, pedagogia da autonomia 1996)
Com isso o professor tem a responsabilidade de traçar caminhos lógicos, para que este aluno se encontre com o vasto mundo que o cerca, presenteando o mesmo com o hábito da descoberta e da inquietação em meio ao desconhecido e do que é para ele ainda escuro estes recursos são adquiridos através de uma pesquisa autônomo com características únicas de cada individuo dela faça uso.

 Os professores devem saber que os alunos são capasses de adquirir seus próprios conhecimentos e que a sua função e orientar para que ele trilhe a estrada certa, pois ninguém tem o poder de passar conhecimentos à outra pessoa, o que pode ser feito e mostrar caminhos e alternativas para que o aprendiz alcance por si só seu conhecimento através de uma investigação consciente. Como diz Jean Piaget “O professor não ensina, mas arranja métodos de a própria crianças descobrir. Cria situações problemas”.
O professor como norteador deve passar os conteúdos de forma sucinta e cuidadosa para não dar tudo pronto fazendo com que o aluno fique acomodado á esperar. Os conteúdos precisam ser pesados de forma rigorosa a fim de reforçar a capacidade critica do aluno fazendo dele um ser inquieto e curioso que tenha a ação de ir atrás de novos conhecimentos ou de aprimorar o que já sabe.
A criação de situações problemas e primordial para fazer deste individuo uma pessoa autônoma, problematizar os conteúdos fará deste um ser critico, pois ao se depara com um problema sairá em busca de descobertas e de resoluções para tal questão descobrindo a beleza da pesquisa perceberá que esta por sua vez e incessantes por que quanto mais investigarem mais terão que procurar por que quanto mais souberem ai e que terão o desejo de saber.
 O método investigativo tira a educação bancaria de circulação nela o aluno não e dependente do mestre, acontecendo tal comportamento educandos e educadores usufruirão de uma atitude de troca, pois ambos caminharão para o objetivo unigênito de aprofundar seus conhecimentos em torno de um mesmo objetivo para poder então procurar respostas.
Neste sentido os alunos se sentirão confiantes e a vontade para ir ao encontro do novo se sentirão ainda desafiados a encontrá-los de qualquer forma, criando em seus espíritos investigativos um estado de consciência critica que se tornará característica primordial para a sua própria transformação frente à realidade.
Mas para fazer do educando uma pessoa critica, preparada e autônoma o profissional da educação precisa também o ser, o professor precisa agir corretamente para então fazer com que seus educandos hajam também de forma correta,para levar o aluno a pesquisa e mister que o educador também tenha em si um espírito de busca este perfil e importantíssimo  por que assim  ele não terá dificuldades, sem esquecer que os alunos sentirão confiança em recorrer ao professor afim de tirar algumas duvidas. O professor precisa também aproveitar os conhecimentos prévios que os educados tracem consigo realizando um paralelo entre esses e os conhecimentos obtidos através de investigações.
Ao propor uma situação problematizadora e importante que o professor tenha consciência e sensibilidade e acima de tudo tenha domínio do que faz, pois e valido lembrar que uma problematizarão mal feita não trará resultado algum na conscientização do ser humano. O aluno além de ser instigado a pesquisa como fonte de problematização precisa também ter voz, ele dará a sua opinião acerca do que percebeu e do que já sabia antes.Para isso o professor como facilitador exigirá de si mesmo uma postura critica mas acima de tudo ética em frente aos conhecimentos do aluno.
A educação problematizada faz com que tanto os alunos como os professores atinjam um nível de consciência tão eficaz que ambos sejam mediados pela realidade, com o poder de atuarem nela num sentido de transformação.


3. Problematizando na educação infantil
As crianças são pequenos pesquisadores que experimentam e buscam respostas para as muitas perguntas que fazem a respeito deste mundo, que para elas ainda é tão cheio de mistérios. Constroem e reconstroem teses sobre o se próprio funcionamento, da natureza e da vida.
As crianças pequenas por natureza são curiosas e inquiridoras estão totalmente receptíveis a tudo, é nesta fase da vida que muitas particularidades e muitas habilidades são moldadas, por esta razão não existe melhor momento de introduzir em seu ser um espírito crítico e autônomo.
E inevitável perceber que as crianças são pequenos pesquisadores na busca de respostas para questionamentos que elas mesmas fazem a si próprias  sobre um mundo que para elas é novo , elas constroem e reconstroem argumentos  acerca do funcionamento das coisas, dos fatos , acontecimentos do mundo e da sua própria vida.
É fácil notar tais características no seu jeito espontâneo de se comportar, infelizmente este comportamento e interpretado de forma erronia por parte dos adultos, como se a criança fosse um pequeno intruso querendo saber coisas que não cabem a uma criança. Tais julgamentos têm o poder de toldar de forma cruel e desumana, marcando o educando para toda a vida.
Os primeiros anos de uma criança e marcado por acontecimentos e fatos que a acompanhará ao longo de sua trajetória de vida, acontecimentos estes que de uma forma positiva ou negativa estará presente no futuro adulto.
            Através das possibilidades de interação com as pessoas, com os colegas e principalmente com o professor, as crianças terão a oportunidade de construir não só a sua personalidade, construirão também princípios éticos e morais que desencadearão em atitudes positivas presentes em seu cotidiano e mais tarde também em sua vida adulta.
A educação problematizadora faz com que estas características estejam presentes  na mente e no ser da criança, fazendo com que ela não abra mão da busca e do interesse de querer saber mais,por este motivo a  problematizarão dos conteúdos precisa ser   de caráter critico, autentico e reflexivo,consistindo em uma busca interes ante e incessante para  desvendar a realidade.
Para que este que no presente momento encontra-se pequeno e em constante desenvolvimento, se torne grande não apenas em estatura mas em sabedoria é necessário uma boa orientação por parte dos que o acompanham.
A escola e a base na educação infantil é o começo de uma vida em sociedade, ela e os professores juntos em uma perfeita combinação criam caminhos para que a criança tenha a oportunidade de ir ao encontro de sua realidade, estas condições de descobertas poderão acontecer na vivencia com seus colegas, na partinha do seu espaço e dos objetos da sala e principalmente na busca incessante por respostas de novos horizontes. É por meio desta atuação e participação que o educando começa a construir sua autonomia e o seu raciocínio critico e lógico.
A educação infantil tem papel primordial para a formação dos pequenos, e se agir de forma correta com certeza em um futuro próximo colheremos frutos doces e uma sociedade com condições confortáveis para viver. Infelizmente ainda não é isto que vemos ao nosso redor, ainda existe um tipo de educação tirana que com suas táticas tentam fazer daquele ser que chegou com sede de buscar, de ir ao encontro e de descobrir por si mesmo, em uma pessoa passiva frente aos acontecimentos, submisso a qualquer um que lhe mostre autoridade e poder.
Este tipo de educação aprisiona o aluno, dando a ele a impressão de que nada sabe é de que esta ali para que o professor encha a sua mente vazia de seus próprios conhecimentos, acumulados há anos. Com métodos como estes no decorrer da sua vida estudantil o educando automaticamente bloqueia sua mente deixando no lugar de olhos que tenham sede de buscar, um antolhoque que fará com que ele olhe apenas para uma direção no caso a que o professor disser que é a “a correta”.
Orientar os alunos a pensar já na educação infantil e de suma importância para que possamos fazer deles pessoas únicas em pensamento e particular em ações, mas devemos lembrar que para que eles se apropriem de um pensamento livre e completo e proibido existir ali repressões, pelo contrario para que esta outonomia seja introduzida aos pequenos da educação infantil, desde cedo precisam ter livre hábito no falar e no efetuar qualquer que seja a atividade proposta.
É preciso orientar os alunos a pensar, e é impossível aprender a pensar num regime autoritário. Os pensamentos supõem então o jogo livre das funções intelectuais e não o trabalho sob pressão e a repetição verbal. (Piaget, 1998)
A educação problematizadora deve acontecer ainda nesses primeiros anos de experiência escolar, pois tem como finalidade levar a criança desde cedo ao encontro das suas inquietações com o objetivo de cessá-las, fazendo de si mesmo autor de suas próprias escolhas e decisões, sendo homens e mulheres que influenciem a si mesmo deixando de lado a alienação global.
Os adultos que estão em volta das crianças com o papel de orientá-las, no caso o professor precisam estar alertas para não acariciar em si uma postura autoritária tendo a finalidade de deter para si o controle, fazendo com que as crianças sofram coerção por parte da pessoa adulta.Segundo Piaget ,a autoridade adulta sobre o pensamento da criança não apenas prescindi de verificação racional, mas também  retarda freqüentemente o esforço pessoal e o controle mútuo dos pesquisadores(PIAGET , p. 118).
Quando a criança e habituando a pesquisa como fonte de respostas ele instantaneamente sai do estável e passa a trilhar seu próprio caminho, ignorando saberes alheios muitas vezes ultrapassados. Esta postura e a porta de saída da passividade e a de entrada para uma sociedade democrática, que no futuro terá a preocupação de conhecer e desvendar o que está no mundo a fim de atingir a emancipação do homem e fazer dele autor de sua própria realidade. Está autonomia frente às questões desencadeia em uma posição tranfomadora, fazendo com que o aluno saia do papel passivo e passe para o ativo.
Pra concluir precisa-se ter em mente que a educação problematizadora consiste em meios para a descoberta, com o interesse de fazer do educando pessoas outonomas que abandonam o lugar de receptor e passe para o de descobridor. Ao ter domínio sobre seus pensamentos atos e ações o individuo alça vôo no mundo das idéias e das descobertas.
Para trabalhar de forma eficaz com a metodologia e fazer dela instrumento com o poder de orientar e criar nas pessoas um espírito critico e autônomo, não se pode deixar de fora a pesquisa, pois ela e a arma, é o  mapa para uma sociedade autônoma e consciente. A educação em todas as fazes ou series precisa ter a consciência que o seu papel não e apenas passar conteúdos, mas sim instigar o individuo a observá-lo e transformar a seu modo.



Referências bibliográficas

Freire P. A Pedagogia do oprimido. 13. Ed Rio de Janeiro: Paz e Terra 1983
Freire, P. Conscientização: Teoria e pratica da libertação uma introdução ao pensamento de Paulo Freire 3º Ed. São Paulo Moraes, 1980.
Freire pedagogia de a autonomia Saberes necessários a pratica educativa 7. Ed. São Paulo: Paz e Terra, p 85.
www.sitequente.com/frase“Não há docência sem decência”
In:Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
Paulo Freire São Paulo: Paz e Terra, 1996 p. 23-46












PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM

PROBLEMATIZAÇÃO COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM


Rosana Carvalho Matos (2011)

INTRODUÇÃO

            Como se sabe, a aprendizagem do aluno é o objetivo principal do educador.  Quando se fala em aprendizagem escolar, esta deve ser criteriosa, pois sabemos que as crianças de hoje são o futuro de amanhã e para isso devemos ajudá-las em todos os sentidos, e adotarmos a metodologia da reconstrução do conhecimento, tendo como base a leitura, pesquisa e elaboração, as quais devem andar juntas no processo educativo. Pois, “Quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas ensina jamais o foi”. (DEMO, 1999). É para isso, que os profissionais da aprendizagem devem abrir suas mentes e colocar na prática a teoria, mediando os conhecimentos possíveis para seus alunos e fazer com que os mesmos tenham sua própria autonomia. Assim, a aprendizagem será significativa para o aluno.
            Evidentemente, a aprendizagem deve está centrada no aluno, o professor é um mero mediador que tem como propósito despertar na criança a vontade de crescer. O profissional da aprendizagem deve se preocupar ao máximo em mediar informações que favoreçam os educandos, a possibilidade de transformá-las em conhecimento, tornando-se assim autônomo e construtor da sua própria aprendizagem. Uma das maneiras eficaz para isso é trabalhando sempre a aprendizagem por problematização.  Nesse sentido JEAN PIAGET afirma que:
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe".
     Pois, alunos que pesquisam só crescem, além de enriquecerem seu vocabulário, e tornarem-se pessoas descobridoras e críticas. Dessa forma, os profissionais da aprendizagem devem procurar métodos e fazer sua ação educativa a partir das razões dos educandos.


1-O PROFESSOR COMO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA PROBLEMATIZAÇÃO

          Para se ter um bom conhecimento é preciso dedicação, persistência e habilidade, isto é, buscar e pesquisar para se ter bom êxito. Tanto o educador quanto o aluno precisam ler, interpretar, pesquisar e produzir, ou seja, precisam estar sempre se atualizando. A aprendizagem já faz parte do nosso cotidiano e cabe a nós, inovarmos, pesquisarmos e estarmos buscando ampliar o nosso conhecimento, dando oportunidade para que o aluno possa criar e recriar sua própria situação de aprendizagem.
          DEMO (2004) destaca que:
“Para que o aluno pesquise e elabore, torne-se autônomo e criativo, precisa de professores que tenham, de maneira eminente, tais qualidades”.

          Ou seja, assim como o profissional da aprendizagem precisa ser autônomo, o aluno também precisa. Ambos devem pesquisar, produzir e elaborar suas próprias ideias. Devem      trabalhar em parceria, um ajudando o outro e acima de tudo, ser bons pesquisadores, elaboradores em detrimento à mera cópia. O professor tem o dever de fazer com que seus alunos compreendam a aprendizagem como um desafio reconstrutivo, destacando a pesquisa como seu ambiente próprio e usando métodos convenientes. Pois, para se ter uma aprendizagem significativa é necessário ter como premissa básica, a pesquisa e metodologias problematizadoras.
          Nestas condições, os educadores precisam se envolver mais na pesquisa para orientar as crianças de forma correta, e sempre está sistematizando os momentos de aprendizagem criando problemas e/ou propondo questões desafiadoras, pois a aprendizagem deve estar centrada no aluno, compartilhando o que sabemos com eles. Dessa forma as atividades devem desafiar os alunos, bem como estimulá-los a ir sempre em busca das possibilidades de respostas. Para isso, é necessário que tenhamos em mãos situações problemas que levem os aprendizes a raciocinarem, pesquisar e buscar soluções cabíveis, dessa forma valorizarão mais ainda os estudos. Nesse sentido, Weimer (2002) deixa claro que:

Professores insistem menos em atividades de rotina (dever de casa, por exemplo), principalmente não podem oferecer receitas prontas ou questões que encontram solução linear em qualquer apostila; é fundamental oferecer aos estudantes problematizações que os levem a questionar e questionar-se como pesquisadores, valorizando mais o processo de busca do que as soluções; torna-se central aprender a estudar, pesquisar, elaborar, bem como saber ler (contraler).”

          A função do professor quanto à aprendizagem, é provocar o aluno estimulando-o a descobrir coisas novas, oportunizando-o a aprender por problematizações. Também deve acompanhar o rendimento de cada aluno garantindo-lhe a capacidade de continuar a aprender sempre. Pois a peça principal da escola é o educando, este tem que receber informações que os levem a ir à busca de novos horizontes. Muitos professores não se preocupam com a aprendizagem de seus alunos e estão em sala apenas por causa do dinheiro e não por amor a profissão. “Dão aulas”, ao invés de promover tempos de estudos que aprimorem os conhecimentos dos educandos. Acredito que a sala deve ser um espaço onde  o profissional da aprendizagem deve instigar o aluno à vontade de aprender a aprender.
Na visão de Paulo Freire (1983),

“A educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo implica num constante ato de deslevamento da realidade” Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados.

O referido autor reforça que, o professor que desafia seus alunos ajuda-os a captarem melhor as ideias. Profissionais que não “facilitam” a aprendizagem, mas criam propostas desafiadoras, que levam o aluno a pensar, com certeza estes terão um bom desempenho, construirão sua própria história e enfrentarão desafios podendo encarar e intervir melhor na sua realidade. Nesse sentido Jean Piaget esclarece:
“O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas.”
            Enquanto alguns profissionais fazem de seus alunos verdadeiros descobridores, muitos agem de forma contrária. Não percebem que a criança tem de conviver com a realidade, fazer experimentos e despertar interesse quanto aos estudos. A ideia que estes professores têm é só de “dar aulas”, ficam falando, falando e não se preocupam com o aprendizado das crianças. É dever do professor encaminhar o aluno na direção certa, fazendo-o perceber que os desafios são indispensáveis para seu próprio conhecimento. Com isso, Piaget mostra que:
“Para alcançarmos do aluno uma aprendizagem significativa ele precisa mostrar ser construtor de suas ideias onde ele possa ao mesmo tempo fazer uma análise de que os desafios são necessários para sua aprendizagem”.
           
Convém, no entanto lembrar que, o educando reconhece seus modos de vida e constrói sua própria história quando este tem em mente o processo de escuta. Pois ouvindo bem, a criança se posicionará melhor diante de suas ideias, podendo concordar ou discordar de algo sem medo. Os mesmos têm a necessidade de saber como podem interferir quando se depararem em meio aos problemas da realidade. Por isso, escutar é oportunizar ao outro a fala e exposição de suas opiniões. A esse respeito Freire declara que:

“Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, as diferenças do outro. Isto não quer dizer, evidentemente, que escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala. Isto não seria escuta, mas auto-anulação. A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar. Pelo contrário, é escutando bem que me preparo para melhor me colocar, ou melhor, me situar do ponto de vista das idéias. Como sujeito que se dá ao discurso do outro, sem preconceitos, o bom escutador fala e diz de sua posição com desenvoltura. Precisamente porque escuta sua fala discordante, em sendo afirmativa, porque escuta, jamais é autoritária”.


2- APRENDIZAGEM POR PROBLEMATIZAÇÃO ATRAVÉS DA PESQUISA

          A aprendizagem através da pesquisa é fundamental no progresso da postura reconstrutiva do conhecimento e da formação de pessoas comprometidas com o saber pensar. Para isso, profissionais da aprendizagem devem orientar os aprendizes a terem habilidade no ato de pesquisar. Pois, o conhecimento do aluno avança quando este tem bons desafios a resolver.
          Para tanto, torna-se necessário que o professor planeje atividades interessantes e desafiadoras que de fato contribuam para que o aluno aprenda, ou seja, planejar atividades instigadoras, onde o educando possa pensar e colocar em jogo tudo o que sabe sobre o conteúdo proposto. É fundamental que o professor explicite aos alunos os propósitos das atividades que devem ser realizadas, pois assim eles terão a oportunidade de tomar decisões e encontrar soluções possíveis diante das situações-problemas.
          O profissional da aprendizagem ao invés de corrigir os possíveis erros dos alunos, pode incentivá-los a descobrirem, pois dessa forma o aluno será desafiado a pensar e colocar na prática o que aprendeu.  Um exemplo disso e leva-los a  pensar em como se escreve determinada palavra ou determinado trecho. Dessa forma, o aluno passa a compreender que é necessário escrever dentro de padrões convencionais.
          Vale ressaltar ainda que nesse processo o professor atue como mediador da aprendizagem, ou seja, deve cuidar para que o aluno aprenda. É necessário colocá-los em contato com materiais diversos e atuar como coadjuvante, realizando boas intervenções, pois as mesmas contribuem para que o aluno avance. Quando colocamos nossos alunos diante de uma diversidade de materiais, estamos oportunizando a eles a tomada de decisão, a argumentação de ideias, como também a construção e reconstrução de seus próprios conhecimentos.
          Para DEMO (2002):

“Aprender não é acabar com as dúvidas, mas conviver criativamente com elas. Por parte do professor, não se trata, “jamais de tirar dúvidas”, mas sim fazer outras tantas. (...) Conhecimento é processo dinâmico de questionamento permanente, não gerando respostas definitivas, mas perguntas inteligentes.
          Ou seja, sempre que estou com minhas crianças em tempos de estudos, surgem algumas dúvidas que os fazem virem em direção das educadoras para saber o significado de tal palavra. Claro que não falamos de imediato o que elas querem saber, e sim distribuímos dicionários para que pesquisem e fiquem sabendo por si próprias, outras vezes fazemos questionamentos para que elas descubram aonde querem chegar.  É isso que faz com que os aprendizes cresçam em busca do conhecimento e não entregarmos tudo pronto, pois quem não estimula a criança a pensar nunca fará dela uma pessoa autônoma e/ou crítica.
           DEMO, (1996) salienta que:
“Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo”.

          Pois, a pesquisa enriquece e eleva o ego dos educandos, levando-os a se sentirem pessoas confiantes, autônomas. Além do mais, é buscando que se conhece, é conhecendo que se aprende, é aprendendo que se tem a certeza de que devemos buscar mais e mais sempre. Entretanto, é a pesquisa que faz com que a criança seja capaz de agir com autonomia, sendo autora de suas próprias ideias e ações. A pesquisa tem essa vantagem: exige um sujeito que questiona, e questionando o sujeito obterá resultados mais amplos.
          Como anteriormente já disse, a pesquisa é uma das formas mais adequadas de se obter conhecimento, pois é através dela que a criança descobre e tira todas suas dúvidas e incertezas, além do mais, crescerá sendo capaz de buscar, inovar e acima de tudo ser independente. No entanto, a criança que não pesquisa suas chances de evoluir enquanto cidadão critico são mínimas. Não aprende a aprender e nem saberá elaborar seu próprio conhecimento. Pesquisar requer disposição, tempo e muita leitura, para poder analisar e interpretar o que se leu. Facilmente se presume que, a pesquisa é um ponto forte para se obter uma educação de qualidade.
          Demo (2002) ainda diz:

“Lugar do professor não é no centro do processo, mas na orientação dele. No centro está o aluno. (...) Torna-se clara a posição maiêutica desse tipo de professor, cuja função principal não seria jamais, substituir simplificar, facilitar, banalizar a aprendizagem do aluno, mas torná-la viável e tanto mais profunda e qualitativa. Instiga, motiva, desafia, inquieta, instabiliza... “Não dá nada pronto.”

             Como se pode observar, professores que entregam tudo pronto para o aluno, limitam a capacidade do mesmo aprender e ir atrás do que se deseja. O ideal é focar na aprendizagem do aluno direcionando-o de forma sábia e cuidando para que se tornem leitores, autores e pesquisadores, verificando se realmente estão aprendendo. A esse respeito, WEIMER (2002), diz que:
“Aderir à noção do aluno como centro foca a atenção diretamente na aprendizagem: o que o aluno está aprendendo, como o aluno está aprendendo, as condições sob as quais o aluno está aprendendo, se o aluno está ampliando e aplicando sua aprendizagem, e como a atual aprendizagem posiciona o estudante para aprendizagem futura”.

É prática de alguns professores serem autoritários, ficam na sala “aquele só falando, falando e não aceitam opiniões de seus alunos fazendo com que eles percam a noção da construção de sua autonomia. O educador que age dessa forma por que gosta de se aparecer, ser o centro das atenções, quer comandar, e desconhece a maneira como realmente transformar informações em conhecimento. Fazendo isso, acaba ignorando a vontade da criança de ser capaz de tomar o destino em suas próprias mãos, de ter livre acesso para aprender cada vez mais. Por isso, é importante lembrar que o bom professor é aquele que implanta em seus alunos a vontade de aprender, desconstruir e reconstruir os conhecimentos que lhes foram dados, e para que isso aconteça o professor também ter que ter qualidades que faça com que a criança se espelhe nele. A esse respeito Demo enfatiza que:
Conhecimento não é feito para ser guardado, mas para ser dissipado, sempre refeito, desconstruído e reconstruído”.


PARA CONCLUIR:

            Podemos dizer que o professor tem que ter a preocupação de estimular o raciocínio lógico da criança com atividades que as ajudem a manter o pensamento equilibrado. Atividades lúdicas e desafiadoras para que o educando tenha o desejo de ir atrás de suas conquistas. Até porque educadores e educandos caminham juntos em busca de conhecimentos que enriqueçam e valorizam o seu ego.
            O ideal é usar métodos que problematizem a aprendizagem da criança, pois profissionais que pensam certo fazem com que as crianças cresçam transparentes e tenham capacidade de intervir no mundo e conhecer o mundo. O professor além de despertar o interesse no aluno, deve estimulá-lo a ler, pesquisar, produzir e elaborar suas próprias ideias.
Portanto, os profissionais da aprendizagem precisam ser além de pesquisadores, desafiadores, mediadores amigáveis, amáveis, carinhosos,  para despertar no educando a vontade de aprender bem e sonhar alto, um sonho elevado, porém possível. A este propósito Rubem Alves (1994) deixa claro que:

“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEMO, P. 1996. Educar pela Pesquisa. Autores Associados, Campinas.
DEMO, P. O desafio reconstrutivo político da aprendizagem. Grandes Pensadores em Educação (pp. 07-. 33). Porto Alegre: Mediação. ...
DEMO, P. 2004. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Editora Mediação, 4º edição
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 13 a. Ed, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983..
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

PIAGET, Jean. Aprendizagem e Conhecimento. In: Aprendizagem e conhecimento. Tradução Equipe da Livraria Freitas Bastos. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

PIAGET, Jean. O Desenvolvimento do Pensamento. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1977. 228 p.

RUBEM A. Alves – A alegria de ensinar, - Publicado por Ars Poetica, 1994, ISBN 8585470410, 9788585470418 – 103 páginas.
Weimer, M. 2002. Learner – Centered Teaching: Five Key changes to practice. Jossey- Bass, New York.