segunda-feira, 28 de março de 2011

Formação por autoria e autonomia - MARCIA

Formação por autoria e autonomia
Márcia Vilela
Seu moço, quer saber, eu vou cantar num baião
Minha história pra o senhor, seu moço, preste atenção
    
Eu vendia pirulito, arroz doce, mungunzá
Enquanto eu ia vender doce, meus colegas iam estudar
A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar
A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar
E quando era de noitinha, a meninada ia brincar
Vixe, como eu tinha inveja, de ver o Zezinho contar:
- O professor raiou comigo, porque eu não quis estudar

Hoje todo são “doutô”, eu continuo joão ninguém
Mas quem nasce pra pataca, nunca pode ser vintém
Ver meus amigos “doutô”, basta pra me sentir bem
Ver meus amigos “doutô”, basta pra me sentir bem

Mas todos eles quando ouvem, um baiãozinho que eu fiz,
Ficam tudo satisfeito, batem palmas e pedem bis
E dizem: - João foi meu colega, como eu me sinto feliz
Mas o negócio não é bem eu, é Mané, Pedro e Romão,
Que também foram meus colegas , e continuam no sertão
Não puderam estudar, e nem sabem fazer baião


João Vale


Introdução      

Introduzo este escrito, refletindo acerca do texto poético de João Vale. Como a professora de Zezinho concebia o ensinar e o aprender? O fato de ela brigar com Zezinho faziam com que ele estudasse? Que métodos ela teria utilizado? São questões como essas que nos deparamos a todo o momento como profissionais da aprendizagem e tentamos encontrar medidas precisas para chegarmos a um efeito agradável para todos os envolvidos nesse processo. O texto poético de João Vale foi escolhido para nos convidar a enveredar pelos caminhos que levam à aprendizagem.
O conhecimento por autoria e autonomia, ou simplesmente, conhecimento por meio da problematização, é crucial no que diz respeito ao processo de aprendizagem, pois o aluno se torna reconstrutor do seu próprio conhecimento. Ele é induzido - através do professor (mediador) - a ser autor do conhecimento por meio da prática e desenvolvimento da autonomia.

Produção Do Conhecimento Por Meio Da Pesquisa 

Aprendizagem por problematização favorece claramente a prática da pesquisa como princípio educativo (DEMO, 1996). Logo,

(...) é interessante o reconhecimento generalizado de que aprender bem exige pesquisa. A própria noção de “problema” também acarreta pesquisa, como estratégia para dar conta de algo de que não e tem idéia clara, mas pode-se montar idéia apropriada num processo sistemático e bem conduzido de pesquisa. Ao mesmo tempo, pesquisa sugere formação por autoria e autonomia, a medida que o aluno assume o compromisso de ir até o fim (DEMO, 2010).

 O ponto de partida deveria ser um conjunto de cenários. O indivíduo precisa da estimulação sensorial – esta é a porta de entrada dos sentidos representando uma abertura constante ao mundo e ao torno do que acontece em torno de si – um ambiente rico e diversificado, bem como situações variadas e desafiadoras. Aderir à noção do aluno como centro foca a atenção diretamente na aprendizagem: o que o aluno está aprendendo, como o aluno está aprendendo, as condições sob as quais o aluno está aprendendo, se o aluno está ampliando e aplicando sua aprendizagem posiciona  o estudante para aprendizagem futura ( WEIMER, 2006:90).
O esforço pessoal representa o primeiro passo para o desenvolvimento da criatividade. Quanto mais o individuo trabalhar e aprofundar os seus conhecimentos referentes a um determinado tema do seu interesse, maiores são as suas chances para apresentar-se criativo. “Quando a problematização estiver bem colocada, emerge a noção de conhecimento flexível e discutível na qual toda pesquisa chama mais outra, indefinidamente” (DEMO, 2010).

Possibilitar o pensamento crítico, criativo e atencioso é possível, se tivermos escolas transformadas em verdadeiras comunidades de investigação em que a pesquisa, a busca pelo conhecimento científico e a problematização sejam constantes em todos os níveis de ensino (SOLANGE DAL’ MASO CHIOCA).

Não basta ser professor, orientador, mediador. È preciso que haja um ambiente propício à essa mediação bem como a intervenção de gestores e da comunidade. Para garantir a aprendizagem, a escola deverá incluir uma proposta pedagógica com orientações claras e sucintas tal como, a existência de uma boa biblioteca, e que ela seja de fato, usada por todos (alunos, professores). È importante também, aderir os alunos a um ambiente informatizado, já que vivemos na era digital. Isto porque,
(...) a tecnologia passa a ser considerada uma ferramenta que contribui para o saber científico, considerando que a mesma facilita as pesquisas e, conseqüentemente, o aprendizado. Logo, a postura do professor e seu posicionamento frente à tecnologia são fundamentais quanto ao alcance da eficácia do processo de construção do conhecimento. No que tange ao avanço tecnológico, vale destacar que a Internet, por exemplo, é uma ferramenta que, apesar de muito acessada, ainda permeia sobre o problema da insegurança da fonte de informação, tendo em vista que qualquer pessoa pode publicar o que desejar, independentemente da verdade dos fatos. Daí a importância de se pesquisar através de outras fontes a informação obtida, principalmente o professor que levará tal informação aos alunos (NASCIMENTO, IDERLAN SOARES DO, 2008 ).
O bom uso da informática e da internet no ambiente escolar, são essenciais no desenvolvimento das crianças, pois infinitas são as informações que a internet nos propicia, mas, nem todas são válidas. Assim, as tecnologias fazem parte da vida das pessoas irrefreavelmente (DEMO, 2009). A internet penetra na sociedade no âmbito sociocultural e econômico, bem como no espaço da educação e aprendizagem.
Segundo November (2008, 2010), “o desafio maior é pedagógico: como aprender bem com a internet e manter-se crítico perante ela. Aprender bem com a internet, significa adaptar-se a ela e às novas tecnologias sem deixar que ela nos domine”. Apesar das muitas funções e informações da internet, inúmeras não são confiáveis. Cabe ao professor, transformar tais informações em algo que o aluno possa tirar proveito. Para que isso ocorra, o professor deve estar habituado à nova Era Tecnológica.
O professor passa a ser então, a peça mais importante desse quebra-cabeça, ao se tratar de educação e tecnologia. Pois, ao agir como mediador da aprendizagem, deverá conduzir o aluno a usar a internet criticamente para que ele seja o (re)construtor do seu próprio conhecimento, usando elaboração própria e pesquisas concretas de modo em que ocorra extermínio do plágio. É papel docente encaminhar a autoria e a crítica, pois a internet sem dúvida é uma armadilha. É fundamental saber jogar o jogo da internet, não para nele se afundar, mas nele emergir como sugestão de aproveitamento de suas potencialidades.


O Ponto De Partida Para Uma Aprendizagem Problematizadora

Ler é um ato complexo que exige sacrifício, é ir e voltar pelo texto.
Ler é descobrir e descobrir-se; não é simplesmente passar os olhos
Por cima das palavras. É também criar mecanismos para que a palavra tenha vida, significado, emoção e prazer.
Ler é ampliar a percepção. Lar é ser motivado a observação de aspectos da vida que antes nos passavam despercebida. Ler bons livros é capacitar-se para ler a vida. Penso em um futuro formado por uma sociedade alfabetizada intelectualmente, que consiga refletir, pensar criticamente, abandonar a consciência ingênua, assumindo uma postura crítica dentro do contexto social brasileiro (SOLÉ, 2001).

A leitura é importante em todos os níveis educacionais e essenciais em qualquer área do conhecimento e está intimamente ligada ao sucesso de quem aprende (MARCILENE PEREIRA DE SOUSA, 2010). Para que as crianças sejam leitoras fluentes, é preciso que as propostas de leituras em qualquer disciplina considerem as práticas habituais de um leitor autônomo nas situações escolares e ajudem os alunos a descobrirem como ler e com quais objetivos em cada caso (PATRÍCIA T. CÂNDIDO).
Um cuidado que devemos sempre ter, é de motivar os alunos para a leitura. Nenhuma tarefa de leitura deveria ser iniciada sem que os alunos estivessem motivados para ela (PATRÍCIA T. CÂNDIDO), o que pode contribuir para que ocorra motivação à leitura - e que esta os levem a compreensão - é planejar de modo que as leituras escolhidas tenham como ponto de partida os alunos, isto deve acontecer em todas as disciplinas. Inclusive em matemática, pois:

O estilo no qual os problemas de matemática geralmente são escritos, a falta de compreesão de um conceito envolvido no problema, o uso de termos específicos da matemática que, portanto, não fazem parte do cotidiano do aluno e até mesmo palavras que têm significados diferentes na matemática e fora dela – total, diferença, ímpar, média, volume, produto – podem constituir-se em obstáculos para que ocorra a compreensão (PATRÍCIA T. CÂNDIDO).

É preciso que o estilo dos problemas tenha linguagem simples, como se fosse um diálogo com o aluno, assim fica bem mais fácil a interpretação e aumentam as chances para que se chegue a resultados significativos.

O Professor Passa A Ser Mediador

“O professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar”.
Paulo Freire


O professor será o orientador, o instigador, o pesquisador que criará o ambiente e a orientação necessária ao processo de descoberta por parte do aluno e entre os alunos. Ele deve considerar o aspecto intelectual e moral como dois elementos de fundamental importância nesse processo. Isto porque, segundo Piaget (1976, p. 69),



[...] não se pode formar personalidades autônomas o domínio moral se por outro lado o indivíduo é submetido a um constrangimento intelectual de tal forma que tenha de se limitar a aprender por imposição sem descobrir por si mectuais, é inseparávelsmo a verdade: se é passivo intelectualmente, não conseguiria ser livre moralmente. Reciprocamente, porém, se a sua moral consiste exclusivamente em uma submissão à autoridade adulta, e se os únicos relacionamentos sociais que constituem a vida da classe são os que ligam cada aluno individualmente a um mestre que detém todos os poderes, ele também não conseguiria ser alvo intelectualmente. [...] o pleno desenvolvimento da personalidade, sob seus aspectos mais intelectuais, é inseparável do conjunto de relacionamentos afetivos, sociais e morais que constituem a vida da escola [...]


Nesse contexto, o professor passa a ter um papel de fundamental importância. Ele não é mais o agente exclusivo de formação e informação de seus alunos, mas é o responsável pela intervenção nas suas zonas de desenvolvimento proximal, por ser o parceiro mais experiente do grupo e por ter a incumbência de mediar, para seus alunos, o acervo de conhecimento acumulado pela cultura e de promover situações que incentivem a curiosidade das crianças, possibilitando a troca de informações e a aprendizagem de como adquirir mais conhecimentos (SILVA, MARILETE GERALDA DA, 2008). É importantíssimo que o professor tenha, também, competência humana, para que possa valorizar e estimular os alunos, a cada momento do processo ensino-aprendizagem. Na abordagem vygotskyana, o indivíduo se desenvolve devido aos processos de maturação orgânica e, principalmente, através de interações sociais, ao tomar posse dos conhecimentos socioculturais do seu grupo. Assim,

(...) é de fundamental importância a mediação do sujeito com indivíduos mais experientes da sua cultura, para que assim possa dominar tais conhecimentos. O caminho do desenvolvimento humano segue a direção para o individual. A construção do conhecimento se dá, portanto, de maneira partilhada, ou seja, entre as pessoas (SILVA, MARILETE GERALDA DA, 2008).

Na prática, as interações entre professor e alunos e entre os colegas passam a ser valorizadas por permitir o diálogo, a cooperação, a troca de informações e o confronto de idéias. O aluno passa a ser considerado um sujeito ativo, mas a intervenção do professor como individuo mais experiente da cultura e a interação entre as crianças contribuindo para os desenvolvimentos individuais (SILVA, MARILETE GERALDA DA, 2008). Portanto, a motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar idéias (SANTOS, ELENIR SOUZA). O papel do mediador é como fomentador de uma formação reflexiva, sugerindo que ele não fosse diretivo, mas que buscasse criar uma atmosfera de confiança e transação, partindo das obrigações dos interagentes e utilizando-se de táticas que envolvessem o oferecimento de alternativas, colaboração e fornecimento de proposição de acordo com as necessidades (SALOMÃO, 2007, p. 93).

A busca da autonomia não implica o individualismo, mas principalmente a capacidade emancipatória igualitária (DEMO, 2002a). Professor não é dispensável, a não ser o professor reprodutivo, que só dá aulas reprodutivas. Neste caso, a mídia faz melhor. É por isso importante que se promova a aprendizagem coletiva, em grupo, cooperativa, sempre mais complexa e desafiadora que a individual (DEMO, 2004).

Avaliação: Um Processo Contínuo 

 “Nós éramos crianças diferentes, o ritmo de aprendizagem era diferente; a bagagem de cada criança era diferente; e, no entanto, na hora da avaliação, nós éramos colocados todos diante de uma mesma régua, de uma mesma prova, e aí o que valia era o desempenho em relação a essa prova.” (GUIMARÃES, 1982)

Avaliação é ação humana, isto é, resultados. Deverá acontecer para promoção não só do aluno, mas, do professor, pois este precisará estar sempre apontando caminhos e avaliando o aluno através de suas práticas.

Dados obtidos com professores mostram que não há uma maneira universal, única ou melhor para avaliar os alunos em classe. As provas são vistas pelos docentes como um instrumento que “mede” a aprendizagem e são praticamente o único tipo de instrumento de que se valem para a avaliação. Analisando dados de pesquisas com professores nota-se que varia o grau em que estes usam as provas como meio de ensino e também de aprendizagem, como forma de obter informações (Estudos em Avaliação Educacional, 100 n. 27, jan-jun/2003).

O bom professor entende o problema do aluno. Logo, deverão ser observados em todos os ângulos sistematizando conhecimentos (leitura, escrita, interpretação...). Isso acontece, quando é dada ao aluno, a oportunidade de expressar conhecimentos, identificando as dificuldades e condutas durante o processo, porque avaliação deve ser um processo contínuo, visto que, a aprendizagem também é contínua. O caminho é aprender e não decorar.
Outro ponto a ser discutido, é em relação às provas, pois geralmente muitos alunos têm sentimentos negativos referentes a ela.

Muitos professores orgulham-se da dificuldade de suas provas e não sentem que deram uma boa prova se muitos alunos tiraram nota alta. No outro extremo, temos os professores que tornam suas provas tão simples que não chegam a suscitar no aluno nenhum comportamento de empenho pessoal para realizá-las. No primeiro caso, desenvolve-se nos alunos um grau de ansiedade, de frustração ou de sentimento de injustiça que interfere negativamente em seu processo de aprendizagem. No segundo, criam-se
 de indolência e nenhum empenho para aprender, muitas vezes associadas a sentimentos relativos ao desinteresse do professor pelos alunos e pelo seu trabalho.

Porém, algumas medidas podem ser tomadas para o desenvolvimento de atitudes mais positivas em relação às provas. O primeiro passo é preparar bem não só as provas, mas também os alunos para realizá-las. Esta idéia parece óbvia mas nem sempre é respeitada. “O professor deve dispender algum tempo na identificação de quais aspectos de ensino de sua disciplina foram realmente trabalhados em classe no período a ser avaliado, quais dentre estes serão incluídos na prova e por que“ (BERNARDETE A. GATTI, 2003). É importante conversar com os alunos, sobre as compreensões e as incompreensões, procurando recordar conteúdos, de forma mais simples e acessível, não esquecendo que, o conteúdo da prova deve ser o mesmo em que os alunos familiarizaram-se nos momentos de estudo, já que a prova dará ao professor a idéia do quanto eles aprenderam sobre o conteúdo. É crucial que o professor cuide para que a prova esteja bem elaborada e problematizada, usando uma linguagem que os alunos possam decifrar e chegar a resultados coerentes, pois muitas vezes o mau empenho do aluno não seja porque ele não domine o conteúdo, mas porque não soube lidar com o tipo de metodologia proposta pelo professor. “O professor deve encontrar os caminhos, sendo sempre interessante uma conversa para desvelar os motivos do aluno” (BERNARDETE A. GATTI, 2003).
Uma forma de contribuição à evolução do aluno é a motivação. É papel do professor, motivar os alunos a aprender, para isso é necessário que haja um ambiente propício ao exercício da construção e reconstrução do conhecimento. Além do mais, o aluno tem o direito de saber de que forma está sendo avaliado, logo porque, nem sempre o fracasso escolar é culpa só do aluno, como também, não é só do professor. Por isso, a importância de boas práticas pedagógicas, visto que nem todo aluno é igual, eles têm ritmos diferentes. Segundo Cortella (2006, P.112):

Errar é, sem dúvida, decorrência da busca e, pelo óbvio, só quem não busca não erra. Nossa escola desqualifica o erro, atribuindo-lhe uma dimensão catastrófica; isso não significa que, ao revés, deva-se incentivá-lo, mas, isso sim, incorporá-lo como uma possibilidade de se chegar a novos conhecimentos. Ser inteligente não é não errar; é saber como aproveitar e lidar bem com os erros.

E o bom profissional da aprendizagem faz isso: “[...] incorpora o erro como uma possibilidade de se chegar a novos conhecimentos” (CORTELLA, 2006, P.112), porque não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro (PAULO FREIRE).
Considerações Finais

Portanto, formação por autoria e autonomia, sugere um ambiente problematizador, onde a leitura, a pesquisa e a elaboração serão o foco principal na busca do conhecimento. E o professor - como mediador, instigador e pesquisador - deverá estar ligado e habituado a todo esse contexto, pois aprendizagem com resultados satisfatórios ocorre quando todos os envolvidos gozam de participação ativa.


Referências

Ramos, Conceição de Maria Moura Nascimento. Didática. São Luís: UFMA/NEaD,2010.

Silva, Marilete Geralda da. Psicologia Educacional. São Luís: UFMA/NEaD, 2008.

Giliazzi, Maria do Carmo. Educar pela pesquisa: ambiente de formação de professores de ciências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.

Demo, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediação, 2004.




www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1150/1150.pdf




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